sexta-feira, 15 de março de 2013

'Projeto verão', barra de chocolate e Luxemburgo: como Zé Roberto voltou a sonhar com Seleção aos 38 anos

                                    


Ao fim da goleada de 4 a 1 sobre o Caracas, pela Libertadores, na semana passada, Zé Roberto se permitiu sonhar mais uma vez com a Seleção. Uma das esperanças do Grêmio para assegurar vaga na próxima fase do torneio sul-americano, após a derrota para os venezuelanos na terça-feira, o meia de 38 anos não vê na sua idade elevada um empecilho para entrar nos planos de Luiz Felipe Scolari.

Ele argumenta com a filosofia de aposta em jogadores experientes que o treinador vem adotando em seu retorno ao comando do time. A sua maior estratégia de convencimento, no entanto, passa por suas atuações em campo.

Desde os 35 anos, Zé Roberto convive com a ideia da aposentadoria. Não faltou quem duvidasse de suas condições físicas durante todo esse tempo. Motivo pelo qual o veterano, em sua apresentação ao Grêmio, no ano passado, surpreendeu os jornalistas ao tirar a camiseta que vestia e deixar a sua barriga à mostra.

Poderia ser vaidade pessoal. Não era. Foi a maneira encontrada pelo jogador revelado na Portuguesa de pôr fim aos questionamentos em torno de sua contratação.

Se hoje o meio-campista sonha com seleção brasileira, ele pode agradecer ao técnico Vanderlei Luxemburgo, ao “Projeto verão” e ao chocolate.

É quase uma superstição. Antes de cada jogo do Grêmio, Zé Roberto come uma barra de chocolate. Uma barra e nada mais. Em sua dieta, o veterano não se permite deixar tentar por biscoito recheado, refrigerante ou qualquer tipo de fritura. Combinada com uma genética que lhe favorece, essa é a receita que sustenta para manter ao fim de sua carreira quase os mesmos números que carregava quando despontou na Portuguesa, na década de 90.

O meia conserva praticamente 20 anos depois o mesmo físico daquela época. O seu percentual de gordura não costuma ultrapassar a marca de 7%, com um peso que se mantém na faixa dos 70kg, fruto do trabalho diário na academia tricolor, com sessões que geralmente não superam 1h.

Não está nos exercícios com aparelhos, contudo, o segredo da boa forma que Zé Roberto desfila pelos gramados desde que posou para os repórteres sem camisa em junho do ano passado. A partiu de seu desembarque na Azenha, o atleta instituiu no elenco o que viria a ser batizado de “Projeto verão”.

“A gente começou esse projeto. Tinha muito jogador barrigudo quando eu cheguei. Barrigudo é brincadeira, mas não tinham os gominhos”, brincou em entrevista durante a última temporada.

Ao todo, são 500 abdominais por dia. Um hábito adquirido ainda em uma de suas primeiras aventuras no futebol alemão, no Bayer Leverkusen, em 1998.

Mais novo apenas que Dida no atual grupo gremista, o camisa 10 não esconde a dívida de gratidão que tem para com Vanderlei Luxemburgo. Campeão paulista em 2007 ao lado do treinador, ele credita à passagem pelo Santos a reerguida que conseguiu em sua carreira ao passar a atuar mais à frente, como um meia armador, sem as mesmas obrigações de marcar de antes.

Dali em diante, os verões de Zé Roberto passaram a ser ainda mais ensolarados. Para melhorar, falta apenas a Libertadores. Talvez a Seleção.

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