quarta-feira, 1 de maio de 2013

Romarinho vê Boca engasgado, acha Pacaembu mais intimidador e diz: 'Agora eles me conhecem'


Só uma miniatura da taça da Copa Libertadores – vendida em qualquer loja Poderoso Timão – dá pistas da glória vivida pelo dono do apartamento. Na estante da sala, um troféu de revelação do Paulistão de 2012 - pelo Bragantino - e outros menores, oferecidos por veículos de mídia, pelas boas atuações contra o Palmeiras.

Nem parece que Romarinho foi campeão da Libertadores e do Mundial pelo Corinthians. Nem parece que ele teve atuação tão decisiva em um dos jogos.

– Não comprei nada em Buenos Aires nem no Japão. Nem foto tirei. Minha mãe fala que tenho de tirar, trazer lembranças, mas não sou apegado a essas coisas – diz o autor do gol do Timão no primeiro jogo da final da Libertadores de 2012, 1 a 1 contra o Boca Juniors, na Bombonera.

– Para lembrar, é só entrar no Youtube (risos) – brinca.

Na última sexta-feira, antes mesmo da vitória contra a Ponte Preta, pelo Paulistão, ele recebeu a reportagem em seu apartamento, na Zona Leste de São Paulo. No papo, fez um balanço do primeiro ano pelo clube (completa no fim de maio) e projetou o reencontro com o time argentino, pelas oitavas de final do torneio.

CONFIRA O BATE-PAPO

Como será voltar à Bombonera, onde você estourou?

Muito bacana, não vejo a hora de voltar, entrar e dar o meu melhor. Espero fazer gols, mas sei que será difícil, será a revanche deles. Falando de Argentina e Brasil, todo mundo sabe que é difícil. São catimbeiros, mas estamos preparados.

Acha, então, que o Corinthians está engasgado para eles?

Eu acho que sim. Porque me colocando no lugar deles, se eles tivessem ganhado da gente, estaríamos engasgados com eles também.

Você foi inscrito na semifinal de 2012, fez dois gols contra o Palmeiras, foi à Argentina, saiu do banco e marcou. Quais as lembranças?

Estava aquecendo e, na minha cabeça, não ia entrar. Mas só tinha eu de atacante, acho. O Boca saiu na frente e aquecendo o Julio (Cesar) falou: “Se prepara, você vai entrar.” Não acreditei. Deu aquele frio na barriga. Olhei a casa cheia e pensei: “Vou entregar na mão de Deus.” Logo depois o Tite me chamou, conversou comigo e falou o que tinha de fazer. No primeiro toque eu consegui o gol. Ficou para a história.

A Bombonera intimida mesmo os adversários como dizem?

Ah, não intimida como jogar no Pacaembu, né? Com a Gaviões, a torcida fiel. Mas é impressionante, eles empurram mesmo. Chegar lá e calar a Bombonera é difícil, o cara que não tem uma cabeça boa, para chegar lá é muito complicado.

E como foi depois do gol?

No momento ali, foi um gol normal para mim. Fiz, comemorei, mas não sabia onde estava direito. Só beijei o escudo. Aí, depois que acabou, entramos no vestiário e o Liedson falou: “Você nem sabe o que fez, né?” Eu não tinha a mínima ideia. E balancei a cabeça. E todo mundo brincando, aquela zoeira. O empate para nós foi uma vitória. Foi muito bacana. Depois do gol, fique sem noção do que estava acontecendo.

A vida mudou ali para você?

Mudou tudo, né? O reconhecimento do pessoal... A partir dali que começaram a falar de Romarinho, ninguém me conhecia antes....

E dessa vez, empate será vitória?

Então, vamos para ganhar. Naquele momento, como eles saíram ganhando e era final, o empate foi extremamente importante. Agora, nas oitavas, o importante será não perder, porque aqui dentro a nossa força é bem maior do que a deles. Vamos impor nosso ritmo e nossa postura. Mas vamos para ganhar.

E dá para pensar em outro gol?

Eu penso em gol sempre, mas numa Libertadores, contra um Boca, é sempre importante, né? Mas ali é tudo no momento, primeiro penso em ajudar os companheiros a sair com a vitória. Se eu tiver uma oportunidade de fazer, vou fazer sim.

Quando você chegou na Argentina, a imprensa disse que você era o filho do Romário. Hoje, acha que lhe conhecem?

Me conhecem, sabem que meu pai é o Ronaldo da Silva (risos).

Por falar em seus pais, eles ficam 15 dias em São Paulo e depois voltam para Palestina (cerca de 450km de distância), no interior. Está aproveitando a companhia?

Eles ficaram dois meses sem vir, a casa estava uma bagunça, só eu e meu irmão, a cueca dele para o lado, nojento para caramba (risos). Aí minha mãe (Vera) e meu pai chegam, botam ordem e a casa fica limpinha.

É muito bacana ter os pais por perto, ouvir conselhos, está sendo muito importante. Quando cheguei ao Corinthians, eles vieram ficar comigo e deu sorte, fiz o gol na Bombonera e contra o Palmeiras. Trouxe de novo, deu sorte, vão ficar até acabar o campeonato.

Comprou casa para eles?

Comprei em Palestina e estou juntando dinheiro, quero comprar um apartamento aqui. Investir o dinheiro que a gente ganha, né?

Pensa em ficar no clube por muitos anos? Sonha com Copa?

Penso em ficar por um bom tempo, me identifico bastante. E no clube vou aparecer mais, terei chance de Seleção. Não sei se é para essa Copa ou para a outra. Estou trabalhando para que seja agora, mas já tem excelentes jogadores lá. Trabalho para ter chance lá na frente.

Havia a preocupação que você “mascarasse” e caísse de produção com o sucesso...

Sei o quanto foi difícil chegar até aqui. Se mascarar, como acontece com muitos, você acaba batendo e voltando. E no Corinthians todo mundo tem essa postura. Aprendi a chegar humildinho e ter espaço. Vejo o Sheik com tudo o que tem sendo humilde. Não seria um gol contra o Palmeiras ou na Bombonera que me tiraria dos objetivos.

 O Romarinho que você não conhece...

Fã de restaurantes
Bruno, o irmão mais velho, é mais fã da música sertaneja. Em São Paulo, vai a casas noturnas do gênero. Romarinho diz que prefere o grupo Revelação e o cantor Thiaguinho, de samba/pagode.

Nada de Fifa ou PES
O meia-atacante talvez seja um dos poucos boleiros que não é fã de video-game. Em sua sala, há uma enorme TV, mas nenhum aparelho acoplado nela.

Camisas? O irmão guarda
O irmão de Romarinho já estava se irritando quando algum amigo chegava ao apartamento e pedia a camisa que o jogador havia trocado no último jogo. “Ele não sabe dizer não”. Pegou todas e levou para a casa deles, em Palestina.

Não anda a pé...
Como a maioria dos jogadores, ele tem um lindo carro, na cor branca, modelo Range Rover Evoque, da Land Rover. O seu valor é de cerca de R$ 180 mil.

Bagunça arrumada
O meia contratou uma empregada doméstica recentemente para colocar ordem na casa. A moça também trabalha para outros condôminos.

Sobre Chicão, o dono do apartamento
“Ele que vem cobrar o aluguel. Ele bate na porta aqui e eu me escondo ali... Dou uma de Seu Madruga (risos). Ele morava aqui antes. Quando cheguei, o clube conversou com ele, e aluguei esse apartamento dele.”

Sobre Tite e as piadas com o rival
“Tite é um pai para todos os jogadores do Corinthians, ele conversa bastante e tem um caráter excelente. Ele falou para eu pegar leve no que falava sobre o Palmeiras, para tomar cuidado com o que falava na imprensa.”

Sobre Ralf, o melhor amigo no time
“Paulinho, Sheik e Ralf me dão conselhos, ele principalmente, é um cara com quem tenho boa relação. A gente vai jantar junto, é o cara com quem mais converso e que mais admiro lá. Ele vem em casa ou eu vou na dele.”

Fonte:LanceNet

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