sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Comentaristas de fora do Estado acreditam que o Inter chega melhor ao Gre-Nal 397

Ainda que a tentação de ficar em cima do muro seja grande, o Gre-Nal de amanhã tem, sim, um favorito. Pelo menos é o que pensam dois de três comentaristas do centro do país ouvidos por Zero Hora. Para Paulo César Vasconcellos e Sérgio Xavier, o Inter chega mais bem cotado para o clássico. Dentre os motivos citados por eles estão o fato de o time de Dunga estar mais “arrumado” do que o de Renato. Já para Maurício Noriega, o Gre-Nal não tem favorito. Os três são unânimes, entretanto,  em apontar a ausência de Zé Roberto como o maior problema gremista. Confira o que quem está fora da aldeia tem a dizer sobre o confronto.

Este clássico tem favorito?

— Paulo César Vasconcellos — Chefe de Redação do SporTV

Eleger favorito em clássico é querer tomar sopa de garfo. Não tem favorito por ser um clássico, mas tem um time que está mais bem arrumado que o outro, que é o Inter. Embora o Inter tenha tido dois resultados surpreendentes, as derrotas para o Náutico e para o Bahia, é um time que está arrumado. No Grêmio, o Renato está ainda tentando dar uma cara.

— Maurício Noriega — Comentarista do SporTV

Nunca.

— Sérgio Xavier — Diretor do Núcleo Motor, Esporte e Turismo da Editora Abril

Tem, e um favorito de bom tamanho, que é o Inter. Coloquei hoje (ontem) no blog da Placar um post com o título Gre-Nal é Gre-Nal. Na exceção, pode ter superação, mas o melhor vai ganhar do pior sete, oito vezes em uma série de 10. O Inter está muito mais pronto. Não é o melhor time do Brasil, mas se tem de apostar em um, aposto no Inter.

Quem ou o que pode decidir o Gre-Nal?

PC
Pelo lado do Inter, é a dupla D’Alessandro e Forlán. São dois jogadores que combinam inteligência e habilidade, o que é raro hoje. Pelo lado do Grêmio, o trabalho sem o Vargas e o Zé Roberto fica bem difícil.

Noriega
Na maioria das vezes, é a qualidade. Mas jogos como esse, em muitas ocasiões, pedem coragem.  Não é um jogo para fracos.

Xavier
O Inter tem um controle de bola, com o D’Alessandro. E o Inter tem os matadores: Forlán e Damião. Enquanto isso, o Grêmio vem com um Barcos irreconhecível e não tem os jogadores da vitória pessoal, Vargas e Zé Roberto. O Inter tem alternativa para ganhar o jogo. O Grêmio tem a bola alta. Aí é duro.

Como Renato pode resolver a ausência de Zé Roberto?

PC
Não resolve. Não tem alguém que possa desempenhar o papel. É a mesma coisa quando o Inter fica sem o D’Alessandro, não tem quem faça o que ele faz.

Noriega
Ele não tem um reserva com características parecidas com as do Zé Roberto. A tendência deve ser fechar mais o meio e optar pela competitividade.

Xavier
Acho que ele não tem muita alternativa. Entra o genérico do Zé, que é o Guilherme Biteco. E o Biteco não está pronto, não dá para contar com elecomo o cara que vai resolver. Ele vai ter de fechar a meia e explorar a alternativa de bola alta.

Quem Dunga deve escalar na meia, Fabrício ou Jorge Henrique?

PC
Com o Jorge Henrique, ganha poder de marcação e velocidade na saída de bola. Com o Fabrício, é mais poder de marcação. Se começar com o Fabrício, o Jorge Henrique é uma baita alternativa. Talvez seja conveniente começar com o Fabrício e depois colocar o Jorge Henrique e explorar as opções que ele dá.

Noriega
Jorge Henrique é mais versátil taticamente, compõe a marcação, incomoda. Fabrício pode ser uma alternativa caso o Grêmio dê mais espaços durante o jogo.

Xavier
O Jorge Henrique é um cara de jogo grande. Se o Fabrício é a alternativa técnica melhor, está funcionando direito, o Jorge Henrique tem a coisa do clássico, da decisão, ele está muito acostumado. Pelo componente emocional, eu usaria o Jorge Henrique, até pelo passado dele.

A indecisão em relação à presença da torcida do Inter e as discussões sobre torcida única ao longo da semana podem influenciar nos ânimos dos times?

PC
Acho que o jogador fica alheio a isso. Mas não se pode mais ter esse tipo de discussão no futebol brasileiro depois dos novos estádios. A torcida única é a falência do poder público. Futebol é espetáculo,
não pode ser excludente.

Noriega
Não deveriam, porque o jogo dentro de campo é só dos jogadores. Mas sou contra restrição de torcida em grandes clássicos. E mais ainda contra clássico com torcida única. É a vitória da barbárie sobre a civilização.

Xavier
Acho que nada. Para o jogador e para os técnicos, não pega nada. É uma boa discussão para a sociedade, se 1,5 mil é o número, se dá para voltar aos 40% do passado. E tem um detalhe: a Arena ainda não é o Olímpico. O Grêmio não consegue jogar na Arena como se fosse em casa. Não é um lugar onde
o Grêmio seja dominante.

Fonte:Zero Hora

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