sábado, 27 de abril de 2013

Um ano depois, jogo com a Ponte marca queda de J. César no Corinthians



Quase um ano depois da falha que o tirou do time titular, um novo confronto com a Ponte pelas quartas do Campeonato Paulista sela a perda de prestígio de Júlio César no Corinthians. A escolha de Tite por Danilo Fernandes, confirmada na última sexta, consolida um processo complicado para o goleiro, cujo futuro no clube está em xeque.

Quando Cássio machucou o punho esquerdo, no início do mês, a expectativa era de que ele não pudesse jogar ao menos a primeira partida do confronto com o Boca. No dia em que a notícia foi divulgada, Tite rasgou elogios a Júlio e acenou com a possibilidade de uma sequência ao goleiro, que até então vinha participando de um rodízio com Danilo Fernandes.

“As oportunidades são para avaliação de desempenho. Está aberta, sim, a possibilidade dele continuar”, disse Tite, na ocasião, dizendo que aguardaria a atuação dele contra o San José, o último jogo da fase de grupos da Libertadores.

No confronto, Júlio não foi exigido e o Corinthians ganhou por 3 a 0 sem dificuldades. Em um lance no primeiro tempo, porém, o goleiro errou um passe e deu um susto na torcida, que a partir daí passou a demonstrar apreensão em cada toque na bola do jogador.

Foi a senha para Tite mudar. O técnico corintiano imediatamente retomou o rodízio e escalou Danilo Fernandes contra o Linense. No fim de semana passada, diante do Atlético Sorocaba, Júlio não ficou sequer no banco de reservas. Antes do jogo decisivo contra a Ponte, o treinador fez questão de esclarecer a disputa.

“Eu coloquei para eles: ‘É justo, agora que o Cássio teve um problema, vocês terem a real posição’. Por justiça, jogou o Danilo. Observei toda a sequência, como voltaram das férias, lances importantes. Ele [Danilo] já vem preparado para isso”, disse Tite.

Nesse caminho, as especulações começaram a surgir. Há uma semana, o estafe do goleiro falou em uma “proposta oficial” do Criciúma, que teria interesse em tê-lo por empréstimo. O clube catarinense esclareceu que apenas “sondou” o Corinthians e via o negócio como “complicado”.

O clube do Parque São Jorge adotou postura parecida, negou qualquer contato oficial e disse não ter interesse em negociar ninguém antes do fim da Libertadores. A conversa não avançou, mas serviu para deixar claro o caminho de Júlio César. Por ter uma ótima relação com o goleiro, que é muito querido pelo grupo, o Corinthians não imporia obstáculos para liberá-lo se ele assim quisesse.

Apesar do carinho com o goleiro, jogador do elenco profissional que está há mais tempo no clube, os dirigentes já não o veem como uma opção viável para o futuro, mesmo que aconteça algo com Cássio. Danilo Fernandes é o principal candidato ao posto de reserva imediato e há uma expectativa de que algum jovem da base, como Matheus, possa ocupar o espaço.

Tite não expõe a questão publicamente e pede que Júlio siga “colocando pressão” nos colegas dentro de campo, “como sempre fez”. A perda de prestígio do goleiro no clube, porém, é inquestionável.

O ponto fundamental para essa derrocada foi a quantidade de falhas. Júlio assumiu o gol corintiano em 2010, depois que Felipe deixou o clube brigado com a direção. Depois de um bom início, ele falhou em um lance que poderia ter custado o título brasileiro na última rodada daquele ano, em uma partida contra o Goiás.

Até então, era apenas um susto. Em 2011, Júlio viveu seu melhor ano no Corinthians, clube que defende como profissional desde 2005. Ele ganhou moral com Tite ao se destacar em um clássico contra o Palmeiras, logo após a eliminação traumática diante do Tolima, na Libertadores.

Na semifinal do Paulista daquele ano, ele defendeu um pênalti na disputa com o Palmeiras e falharia feio na decisão contra o Santos, logo depois. A instabilidade foi esquecida no Brasileiro de 2011, com grandes defesas em partida importantes e até o memorável jogo contra o Botafogo, em que seguiu atuando após sofrer uma fratura exposta em um dos dedos da mão.

Júlio coroou a temporada com o título nacional, mas viveria seu ano mais complicado o ano passado. Justamente diante da Ponte Preta, nas quartas do Paulista, duas falhas custaram a eliminação do Corinthians no torneio. Tite, então, escalou Cássio e mudou a história do ano corintiano, que terminaria com o camisa 12 sendo eleito o melhor jogador do Mundial de Clubes, vencido pela equipe no Japão.

Em 2013, Júlio começou o ano fora de forma, segundo a comissão técnica, e uma falha logo na partida de estreia aumentou sua rejeição com a torcida. Daí em diante, a disputa com Danilo Fernandes ficou mais acirrada e levou o goleiro à situação atual, de indefinição.

Fonte:Uol Esportes



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