quarta-feira, 1 de maio de 2013

Aclamado no Real, Sergio Ramos desaba: 'Lágrimas de impotência'

“Temos de morrer em campo para tentar passar esta eliminatória”, dizia Sergio Ramos na entrevista coletiva que antecipava o duelo entre Real Madrid e Borussia Dortmund, pela semifinal da Liga dos Campeões. Como um autêntico líder, o capitão dos merengues na ausência do goleiro Casillas deu o melhor exemplo e se entregou de corpo e alma na vitória por 2 a 0 (assista aos gols no vídeo), resultado insuficiente que acabou classificando os alemães para a final nesta terça-feira, mas que não tirou o brilho de uma atuação que entrou para a história do clube espanhol.

Escalado como zagueiro em vez de lateral-direito, como no primeiro jogo, Sérgio Ramos neutralizou Lewandowski, com frieza, calma e determinação. O espanhol foi o melhor em campo entre os merengues e ainda manteve a esperança da classificação até o fim com o gol que fez aos 43 minutos. Sucumbiu apenas no apito final e terminou o jogo chorando, abraçado a Casillas.

- Foram lágrimas de impotência. Se tivéssemos tido metade da atitude que tivemos hoje, no jogo de Dortmumd, a história não seria a mesma. Hoje volto vazio para casa, fomos eliminados mais uma vez nas semifinais, e é triste. O Bernabéu e a equipe estiveram fantásticos - afirmou Ramos na saída dos vestiários.




Novo Juanito

A grande atuação de Sérgio Ramos ganhou espaço nos jornais espanhóis desta quarta-feira, que atribuem os méritos da ‘quase virada’ ao zagueiro. “El espírito de Ramos”, escreve o jornal "As", relembrando o histórico Juanito, antiga astro do ataque merengue. “A lição de Ramos a Mourinho. A garra e a qualidade de Sérgio Ramos estiveram a ponto de bastar para o time voltar a esta eliminatória”, escreve António Romero do "As".

Tomás Roncero, um dos mais populares jornalistas esportivos espanhóis, escreveu: “Sérgio Ramos mostrou que é um digníssimo capitão do Real Madrid, levou a equipe nas costas, engoliu Lewandowski e marcou o 2 a 0 da esperança. Um gol de coragem e que representou o espírito de Juanito. Coragem, profissionalismo e integridade”.

Já o diário esportivo “Marca” dá nota 9 ao zagueiro, relembrando também o espírito de Juanito. “Encarnou o espírito de viradas passadas, das lendas deste clube. O seu gol, a três minutos do fim, deu esperança aos torcedores”.




Destaque na defesa e premiado no ataque


Sem Casillas, o experiente zagueiro se transformou no novo símbolo do clube, guiando os seus colegas dentro de campo, gritando para todos os cantos e corrigindo o posicionamento tático. Lewandowski, que no jogo da ida "brincou" com Pepe na grande área, e fez quatro gols, no Bernabéu perdeu o duelo diante de Ramos. O polonês disparou cinco chutes ao gol de Diego López, mas, se o Real Madrid permaneceu ‘vivo’ até o último suspiro, foi graças ao camisa 4, que roubou 23 bolas durante a partida.

Lá atrás, Ramos fez a sua parte, impedindo gols e permitindo sua equipe tentar a virada até o fim. Porém, com o tempo passando, o zagueiro olhava impaciente para a grande área rival. Higuain, Cristiano Ronaldo, Di María e Ozil não eram capazes de furar o conjunto alemão, que contava com o goleiro em noite inspirada. O quarteto criou algumas situações de perigo nos 15 minutos iniciais e depois disso pouco conseguiu.
Sergio Ramos neutraliza Lewandowski pelo alto, observado por Modric (Foto: AFP)

Quando a esperança começou a abandonar os torcedores merengues, saiu o gol de Benzema aos 38. E, apenas cinco minutos depois, o segundo pelos pés de Sergio Ramos, que recebeu a bola do francês e concluiu para o fundo da rede de Weidenfeller. Um gol digno de um centroavante, que levou o Santiago Bernabéu à loucura cantando: “Si se puede! Si se puede! Si se puede!" (Sim, é possível!).

Ramos foi o primeiro a correr para o centro do campo para reiniciar rapidamente o jogo. O zagueiro mostrou a entrega e a paixão que durante 75 minutos faltaram ao time. Porém, nos cinco minutos de acréscimos dados pelo árbitro Howard Webb, o Real Madrid não voltou a criar perigo. O técnico Jurgen Klopp fez mais uma substituição (Felipe Santana por Sven Bender) e, de forma madura e inteligente, os jogadores do Dortmund conseguiram acalmar os ânimos e a euforia do Real. O apito de Webb chegou após 5m57s de acréscimo, e Ramos não conseguiu controlar as lágrimas.



Espero que os ‘madridistas’ se sintam orgulhosos porque deixamos a alma em campo. Com este escudo no peito, podemos chegar até o final do mundo"
Sergio Ramos, zagueiro do Real
- Queria muito conseguir essa ‘remontada’. Já são muitos anos tentando esta final. Espero que os ‘madridistas’ se sintam orgulhosos porque deixamos a alma em campo. Com este escudo no peito, podemos chegar até o final do mundo - disse Ramos logo após o fim da partida.

Mourinho foi o primeiro a regressar aos vestiários, Cristiano Ronaldo foi logo em seguida. Os jogadores do Real abandonavam o campo rapidamente, enquanto os do Dortmund permaneceram no gramado. Sergio Ramos, porém, não se apressou em sair do gramado sem antes cumprimentar os grandes vencedores da noite. O zagueiro felicitou o time do Dortmund e abraçou o grande carrasco do time merengue nesta eliminatória, Robert Lewandowski, autor dos quatro gols da vitória alemã em Dortmund por 4 a 1.

- Esperamos que o futuro nos reserve uma Champions, porque esta equipe merece, mas temos de felicitar o Borussia Dortmund - afirmou o zagueiro campeão mundial e bicampeão europeu pela seleção espanhola.


Fonte: Globo Esporte

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