quarta-feira, 13 de março de 2013

Em jogo de nove gols, Desportivo Ferroviária vence Atlético-AC por 5 a 4 e vai á Copa do Brasil

ESCUDO CONFRONTO - Desportiva e Atlético-AC (Foto: Editoria de arte)

A comemoração do tipo “Harlem Shake” pareceu meio fora de hora. Afinal, o gol em questão era apenas o de empate da Desportiva Ferroviária diante do Atlético-AC, com um gol para cada lado, resultado que levava a decisão para os pênaltis. Mas tal qual na performance que virou sensação na internet, a partida terminou com todo mundo pulando no Engenheiro Araripe, em Cariacica (ES). Num jogo cheio de alternativas e imprevisível praticamente até o final, a Desportiva venceu por 5 a 4 e garantiu vaga na primeira fase da Copa do Brasil, na qual enfrentará o Figueirense.

Os gols do jogo foram marcados por David Dener, Flávio Santos, Carlos Vitor (2) e Léo Oliveira, para a Desportiva, e por Alcione, Gessé, Jefferson e Lelão, para o Atlético-AC.

Próximos jogos

A Desportiva volta a campo no próximo sábado, dia 16, às 18h, pela 10ª rodada do Campeonato Capixaba, quando visita o São Mateus, no Estádio do Sernamby. Já o Atlético-AC enfrenta o Andirá, pela 6ª rodada do Campeonato Acreano, no Estádio Florestão, também no sábado que vem, mas às 16h30 (de Brasília-DF).

No contra-ataque, Atlético-AC sai na frente

A partida começou em ritmo alucinante. E equilibrada. Em casa, a Desportiva tentou tomar a iniciativa, mas esteve desde o início bastante exposta aos contra-ataques, mesmo com o 0 a 0 sendo-lhe favorável. Quase sempre as tramas ofensivas dos grenás terminavam num passe longo demais. O centroavante David Dener arriscou duas vezes, de canhota. Aos três, o goleiro Máximo defendeu. Aos seis, o tiro encobriu o travessão. Aos 12, um centro de Flávio Santos para ele também quase resultou num gol contra do zagueiro Afonso, que cortou de cabeça por cima do travessão. Ainda era pouco.

Usando os espaços que os capixabas davam, o Atlético-AC assustava até mais. Uma marcação de impedimento de Lelão já salvara a Tiva, aos dois minutos. Aos três, Alcione também havia chutado rasteiro para grande defesa do goleiro Felipe, que se redimiu após falha na origem do lance, quando tentou cortar uma bola de cabeça na intermediária sem sucesso. A “bicada” fatal do Galo Carijó veio aos 17. Dessa vez, o time acreano avançou com três homens contra dois, em contra-ataque. O meia Wilson rolou da direita para o meio, e Alcione, da entrada da área, bateu rasteiro no canto direito: Atlético-AC 1 a 0.

Tiva pressiona e vira, com direito a “Harlem Shake”

A mudança de placar mudou também o jogo. A Desportiva passaria a pressionar de vez, mas sem ser tão incomodada pelos contragolpes. Só o camisa 10 Léo Oliveira teve três chances antes dos 30 minutos. Na primeira, aos 20, isolou uma sobra de dentro da área. Na segunda, aos 24, chutou de fora, rente à trave. Aos 30, teve sua falta defendida por Máximo. O gol de empate saiu aos 32, numa triangulação entre Flávio Santos, Carlos Vitor e David Dener, que driblou o marcador já dentro da pequena área e bateu cruzado de pé direito: 1 a 1. Na comemoração, mandou um “Harlem Shake” - nova febre da internet –, com os companheiros. Antes de a bola voltar a rolar, o volante Carlos Alberto, da Desportiva, saiu machucado. Pablo entrou em seu lugar.

A pressão só aumentou. O Atlético-AC já fazia “cera”, quando Carlos Vitor, outro destaque, chutou cruzado para nova defesa de Máximo. O jovem meia grená seria fundamental para a virada. Aos 46, o goleiro Felipe lançou a bola, Carlos Vitor recebeu na esquerda, arrancou e driblou se marcador antes de cruzar. Após a rebatida da zaga, David Dener bateu, mas antes de a bola cruzar a linha, o meia Flávio Santos emendou de letra: Desportiva, de virada, 2 a 1. O time acreano reclamou de impedimento, mas a assistente Lilian Fernandes confirmou o gol, que fechou a primeira etapa.

Gessé empata, mas golaço de Carlos Vitor recoloca Tiva em vantagem

O time capixaba voltou bem mexido, com o volante Thiago, que começou improvisado na lateral-direita sendo recuada para a zaga. Ele entrava na função antes ocupada por Renan, substituído por Vitor Bubu. Esse entrou, na verdade, no meio-campo, com Flávio Santos sendo deslocado para a lateral-direita. No Atlético-AC, a mudança já havia sido feita na etapa inicial, logo após o gol de empate, com a saída de Wilson e a entrada de Sandro, mas sem grande mudança tática. O jogo parecia ficar à feição da Desportiva, mas aos oito, Gessé lançou Lelão, que acabou derrubado pelo goleiro Felipe. Pênalti. Gessé bateu no canto esquerdo, Felipe tocou, mas não evitou o gol: 2 a 2.

O jogo era absolutamente imprevisível. E como mesmo prever o golaço de Carlos Vitor, que, aos 14, apenas quatro minutos após o novo empate, recolocou a Desportiva na frente. Na trama, Léo Oliveira, rente à lateral, pela direita, rolou bola para Flávio Santos, que cruzou. David Dener fez o pivô e Carlos Vitor, de fora da área, atirou de canhota quase no ângulo direito de Máximo: Desportiva 3 a 2.

Tiva “pede para perder”, mas confirma vaga

A partida seguiu aberta. Em meio à “falta de tática”, David Dener acertou a trave e quase fez o quarto gol dos capixabas, após arrancar livre pela esquerda e chutar rasteiro. O Atlético-AC passou a sair mais para o ataque. Ao mesmo tempo que Felipe começou a trabalhar, como num chute de Gessé, aos 24. A Desportiva parecia incapaz de se defender. Na gíria do futebol, “pedia para ser eliminada”, cedendo espaços para contra-ataques no mano a mano. Num deles, aos 33, sofreu o empate. Jefferson dominou na meia esquerda e chutou forte. O desvio em Thiago matou o goleiro Felipe, que foi encoberto. Belo gol e 3 a 3 no placar.

Não era mais questão de ser um jogo aberto. Era um “jogo maluco” mesmo. Para confirmar a a tese, Léo Oliveira subiu de cabeça, no minuto seguinte, para fazer 4 a 3 para a Desportiva. A torcida grená voltava a fazer festa, mas já não podia duvida de qualquer reação. A chance de “matar” a partida veio aos 37, mas o mesmo herói de minutos antes chutou fraco para a defesa de Máximo. O Atlético-AC foi valente, não desistiu jamais, nem mesmo após os 40, quando o zagueiro Marquinhos foi expulso após receber o segundo cartão amarelo. Aos 42, após sucessivas falhas capixabas, Lelão bateu cruzado. Felipe agarrou. Agarrou a bola e a vaga. De brinde, a torcida grená ainda ganhou outra pintura de Carlos Vitor. Aos 45, o garoto arrancou livre pelo meio, driblou o goleiro e rolou para o gol vazio: Desportiva 5 a 3. Pablo, da Tiva, ainda foi expulso aos 47. Aos 49, o Atlético-AC ainda teve forças para diminuir. Lelão pegou rebote após chute de Gessé na trave e fechou o placar: Desportiva 5 a 4.

Fonte: Globo Esporte

0 comentários:

Postar um comentário